The First Step...

13/03/2012 21:06

 

 

 

Depois de tanta ansiedade, alegria, dor e espera, eis que é chegado o dia. O dia do começo. Sinto-me como uma criança, cujos olhos brilham na tentativa de dar o seu primeiro passo. Depois de quatro anos, me levanto, me apoio nas paredes, não há proteção, só há muita dificuldade em permanecer naquela forma ereta. Há um caminho enorme a percorrer, mas para isso é preciso aprender a andar e na busca do equilíbrio, o perco e caio, vou ao chão.

            O eu-criança observa atentamente. Há outras crianças ao redor. Algumas desconhecidas, outras mais que conhecidas. Todas com o mesmo brilho nos olhos e com a mesma busca. Elas se olham, tímidas, o primeiro contato. O reconhecimento vem antes do mostrar-se.

            A mãe chega, segura nas mãos de cada uma e nos induz a levantar. Novamente buscamos o equilíbrio do corpo. É quase impossível desenhar os noventa graus com o chão. As crianças descobrem que juntas podem se segurar e de dois em dois elas ousam um tentar caminhar, mas em um determinado momento elas param e olham. Analisam-se. E vêem que aquilo é bom, que tentar entender do que o outro é feito é bom. Quase todos golfam e é nessa hora que se percebe que o que há dentro de cada um é, muitas vezes, o que há dentro de si próprio. Eu acho lindo esse eterno encontrar-se no outro, desvendar no individuo que está ali na sua frente tudo o que há em você e que muitas vezes nem se dá conta.

            No canto da sala, a mãe encontra-se parada, observando cada um de seus filhos e com um leve sorriso ela chama a atenção de seus pequenos para a sua mão.

Na sua mão há uma mamadeira. Os filhotes têm fome, mas não sabem andar, não sozinhos. O cheiro do leite recém aquecido invade as suas narinas, a barriga ronca, reclama. E quase que num impulso visceral todos, juntos, conseguem dar o tão esperado primeiro passo.

            Mas e depois que aprendemos a andar, onde nós vamos?

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